sexta-feira, 4 de julho de 2008

Tempus fugit



Samuel Beckett - Ohio Impromptu

Há sempre um livro que conta histórias. Essas histórias são aquelas nas quais tomamos conforto, que nos impedem de seguir em frente, talvez porque o futuro seja uma incógnita que muitas vezes nos assusta demasiado. É essa a tosse que comanda os nossos olhos e os projecta apenas num raio em sentido contrário ao Tempo. Constantemente e insistememente batemos nós com os punhos nas mesas. Mas anda, tudo. O que acontece é que somos nós mesmos que por vezes nos achamos presos entre as rodas e os ponteiros. E há sempre o maternal, o sítio perfeito a que pretendemos concomitantemente recuar. Voltar para trás, ouvir as histórias, vivê-las talvez de novo.

Incapacidade de andar para a frente, de deixar tudo para trás, principalmente o que foi perfeito - não é esse o sintoma do universo? Não é essa a síndroma pós-traumática criada após o primeiro berro?

Afinal, somos cinza, eclipse, incêndio, estrago.

Frailty, thy name is Time.

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