quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

do amor

Amy Winehouse - "Love is a Losing Game."

Sim, é foleiro pôr um vídeo da Amy Winehouse num blogue (é?). Mas a verdade é que esta canção toca-me tanto, que fico a pensar se serei a voz que ela canta ou, inversamente, a voz que existe do outro lado e que, concludentemente, torna estas coisas do 'amor' (qual dos quatro amores da Grécia antiga será aquele a que me refiro/se refere a música?) numa espécie de parede irrevogável, um jogo perdido, uma completa e, por vezes, desesperante falta/perda de fé em tudo o que isso um dia significou para mim. Já perdi três mãos à conta do 'amor'. E era tudo muito bonito até me aperceber que tudo, exactamente tudo, apodrece e morre. Alguém me pode explicar a razão pela qual continuar a procurar esse sentimento inocente se isso nunca basta e nunca satisfaz e, reforço, acaba, termina, foge, desfaz-se, perde-se, afoga-se, arde até às cinzas de tanto arder, queima por ser chama e sucumbir às leis que fazem a cera derreter? E porque digo eu estas coisas com vinte e três anos? Porquê? Por que razão tenho eu uma espécie de muro intransponível, porque sinto eu modorra e indolência ao pensar no 'amor', e uma profunda alegria/apatia (podem estas duas palavras ir juntas com uma barra entre elas?) em simplesmente recusar aquilo a que chamam 'amar'?

apropriação a meu bel-prazer

Sentei-me repentinamente na borda da cama, e olhei para o meu sexo com espanto. «Ele» nunca tinha pensado em ninguém senão nele mesmo. Eu era uma criança. Os meus amigos eram crianças. Todos nós era como se tivéssemos afinal só dezasseis anos ainda. E não seria que quase todos os homens continuavam assim? Que nenhum crescia para fora de si mesmo? E não era isso que o mundo inteiro desejava que continuássemos a ser? Não seria que toda a gente tinha medo de dar-se, porque tinham todos medo de perder o pouco que tinham? Não seria que toda a gente apenas se emprestava como quem empresta dinheiro a juros? O meu sexo fingia uma grande distracção, uma serena inocência. Mas não comprava ele o seu prazer, sem pensar no prazer alheio? Não lho comprava eu, a dinheiro, a cálculos e contactos, a pensamentos, a atenções solícitas como se ele fosse outra pessoa que não eu mesmo? «Ele», de repente, começou a palpitar e a entumescer-se. Era como se quisesse dizer-me que tudo isso seria verdade, ele concordava, mas que ele podia muito mais do que eu...Ele era o futuro. Oh, não por poder gerar. Isso era precisamente o que o prendia. Mas por poder dar e tomar prazer, por ser a minha liberdade. Liberdade de quê? (...)
Sinais de fogo, Jorge de Sena

Some kind of explanation is worth the shot

"It's not like I made my self a list
of new and different ways to murder your heart
I'm just a painting that's still wet,
if you touch me I'll be smeared,
you'll be stained,
stained for the rest of your life

(...)

There's a crack in my soul
You thought it was a smile

Whatever doesn't kill you...is gonna leave a scar
Whatever doesn't kill you...is gonna leave a scar
leave a scar
leave a scar
Whatever doesn't kill you
is gonna leave a scar.

I'm more like a silver bullet,
than I'm like a gun, not easy to hold.
I'm moving fast and if I stay inside your heart
I'm certain that this will be
the end of your life.

whatever doesn't kill you...is gonna leave a scar
whatever doesn't kill you...is gonna leave a scar
leave a scar
leave a scar
whatever doesn't kill you
is gonna leave a scar.

(...)"

Marilyn Manson - "Leave a Scar"